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Edição 185 - 01/2003

SAÚDE OCUPACIONAL

Acidentes de Trabalho e Profissionais da Saúde


Médicos desprezam risco de acidentes de trabalho

Muitos médicos e enfermeiros desprezam os riscos de acidentes de trabalho e exposição ocupacional envolvendo doenças infecciosas, como Aids e hepatites B e C. A falta de equipamento de proteção, o manuseio e o transporte inadequado de materiais e a desatenção no descarte de agulhas e lâminas contaminadas são as principais causas dos acidentes, de acordo com pesquisa coordenada pela enfermeira da Unifesp Ana Paula Coutinho, que analisou 2.344 notificações de acidentes de trabalho em um Hospital Universitário de São Paulo, no período de 1992 a 2001.

No geral, enfermeiros e auxiliares de enfermagem foram relacionados a 41% dos acidentes, enquanto médicos e residentes representaram 36% dos casos notificados. Quase 25% dos casos ocorreram em enfermarias, enquanto as UTIs foram responsáveis por 19% das ocorrências.

Material de risco
Entre o tipo de material responsável por provocar esses acidentes, a maioria (76%) é perfurocortante, como agulhas e lâminas, em manuseio e procedimentos, mas também em transporte e descarte do material. Também foi possível identificar em que situações aconteceram os acidentes: cerca de 46% dos casos ocorreram porque o material foi deixado em local inadequado após o uso, 23% ocorreu no manuseio antes de ir para o lixo, 21% na reencapagem das agulhas e 10% dos casos aconteceram durante o transporte. Do total dos casos estudados, cerca de 9% dos acidentes acometeram pessoas das equipes de limpeza.

Notificação ainda enfrenta resistência
Em outro estudo, a enfermeira de infectologia e epidemiologia do Hospital São Paulo, Alessandra Santana Destra, aplicou cerca de 500 questionários e verificou que 44% dos profissionais já haviam se acidentado com materiais perfurocortantes. Destes, porém, 41% disseram não ter notificado a ocorrência. Segundo a pesquisadora, muitos médicos acabam fazendo exames por conta própria nesses casos. No caso do HIV, por exemplo, existe um risco de 0,3% de se contrair o vírus num acidente com material biológico.

Resolução do Cremesp trata do tema
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo trata da saúde ocupacional do médico na Resolução nº 90 de 2000. De acordo com a norma, nas atividades que envolvam riscos, os médicos deverão sempre ter acesso à proteção coletiva ou a equipamentos de proteção individual. Além disso, os serviços de saúde devem providenciar a realização de exame periódico adequado para cada risco ocupacional, sempre com o consentimento do profissional.

Quanto aos riscos biológicos, a Resolução dispõe que nas atividades de pronto- atendimento, pronto- socorro, traumatologia, moléstias infecto-contagiosas, cirurgia, análises clínicas, anatomia patológica, serviços de verificação de óbito e outros serviços com riscos de exposição a fluidos orgânicos potencialmente contaminados, devem ser adotadas as seguintes medidas de proteção:

- os médicos deverão ter acesso a dispositivos de proteção adequados, tais como: óculos de proteção, aventais impermeáveis, luvas e máscaras;
- imunização contra agentes biológicos, tais como: hepatite B, gripe (Influenzae) e demais doenças evitáveis por vacinação;
- em casos de acidentes do tipo perfurocortante com material potencialmente contaminado, hão de ser adotadas medidas de quimioprofilaxia de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, devendo seus fluxogramas de procedimentos ser devidamente registrados.

A Resolução na íntegra está disponível em nosso site (http://www.cremesp.org.br)

Condutas após exposição ao HIV
De acordo com as normas do Ministério da Saúde, a melhor profilaxia para a exposição ocupacional ao HIV continua sendo o respeito às normas de biossegurança. A exposição deve ser tratada como emergência médica, uma vez que a quimioprofilaxia deve ser iniciada o mais rapidamente possível, idealmente até duas horas após o acidente e no máximo 72 horas. A indicação da quimioprofilaxia para a exposição ocupacional deve ser avaliada com cuidado, considerando-se, principalmente, o risco do paciente-fonte estar ou não infectado pelo HIV.

Quando indicada, a duração da quimioprofilaxia é de 4 semanas. O profissional exposto deve realizar o teste anti-HIV no momento do acidente para verificar sua condição sorológica. Caso negativo, repetir com 6 e 12 semanas e após 6 meses.

Recomenda-se em situações de menor risco de transmissão o uso de esquemas envolvendo duas drogas anti-retrovirais análogas de nucleosídeo, preferencialmente a associação AZT+3TC como primeira escolha. Em situações de maior risco, recomenda-se o uso de esquemas potentes com inibidor da protease, preferencialmente o AZT e o TC, se possível combinados na mesma formulação, juntamente com o nelfinavir, indinavir ou a associação indinavir com ritonavir (este último como adjuvante farmacológico para o indinavir).

O uso da nevirapina não é recomendado em esquemas de profilaxia pós-exposição ocupacional, devido aos relatos de reações adversas graves com o medicamento nessas situações. Nas situações de exposição com risco elevado de resistência a uma ou mais drogas anti-retrovirais normalmente indicadas para quimioprofilaxia, deve-se considerar a possibilidade de utilizar esquemas alternativos.

Tendo em vista a alta taxa de abandono observada em alguns estudos, é fundamental o monitoramento da toxicidade e da adesão terapêutica, independentemente do esquema escolhido. Em acidentes envolvendo fonte desconhecida ou pacientes com sorologia ignorada, geralmente não se recomenda quimioprofilaxia, exceto em situações epidemiológicas de maior risco.

A realização do teste anti-HIV no paciente-fonte deve ser feita sempre que possível, mesmo após o início da quimioprofilaxia, com o objetivo de suspender a medicação anti-retroviral caso a sorologia seja negativa. Para maiores informações, consultar o “Manual de Condutas em Exposição Ocupacional a Material Biológico: Hepatites e HIV”, do Ministério da Saúde, disponível no site:
http://www.aids.gov.br

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