PESQUISA  
 
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CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
Ricardo Meirelles, membro da SBEM


MOVIMENTO MÉDICO (pág. 4)
Hospital do Mandaqui


GESTÃO 2008-2013 (pág. 5)
Posse da 4ª diretoria do Cremesp


PEMC (pág. 6)
Atualização profissional


INTERNET(pág.7)
Revalidação de diplomas estrangeiros


PESQUISA (pág. 8)
Planos de saúde


PLANOS DE SAÚDE (pág. 9)
Mobilização dos médicos paulistas


ENSINO MÉDICO 1 (pág. 10)
Inscrições abertas


ENSINO MÉDICO 2 (pág. 11)
Formação acadêmica


COLUNA CFM (pág. 12)
Artigos dos representantes do Estado de São Paulo no Conselho Federal de Medicina


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 13)
XVII Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia


BIOÉTICA (pág. 15)
Comissões de Ética Médica


GALERIA DE FOTOS



Edição 296 - 09/2012

COLUNA CFM (pág. 12)

Artigos dos representantes do Estado de São Paulo no Conselho Federal de Medicina


O “boom” das escolas médicas



Desiré Carlos Callegari*
desire@portalmedico.org.br

“Não haveria nada demais, se todas essas escolas começassem a funcionar oferecendo o mínimo para a formação de qualidade dos futuros profissionais.”

Nunca dantes na história deste país se viu uma onda de abertura de escolas de Medicina como a atual. Nos últimos dois anos – coincidentes com o início do governo Dilma Rousseff -, foram 17 novos estabelecimentos de ensino médico. Do total, 14 privadas e três públicas. Na verdade, o registrado neste período apenas acentua um movimento que começou timidamente na década de 1990 e se consolidou pelos anos seguintes.

A dimensão deste fenômeno causa espanto quanto confrontado com as estatísticas. Dados da Associação Brasileira de Ensino Médico (Abem) confirmam que, entre 1994 e 2012, o número de cursos de Medicina no país mais que dobrou. Este total pulou de 83 para os atuais 196 (114 são privados e 82 públicos, sendo que apenas 15 são federais), que podem estar já desatualizados quando da publicação deste texto, tamanha velocidade com os pedidos de abertura são apresentados, analisados e autorizados.

Não haveria nada demais, se todas essas escolas começassem a funcionar oferecendo o mínimo para a formação de qualidade dos futuros profissionais. Infelizmente não é o que acontece, como bem testemunhou a Comissão Especial criada pelo Ministério da Educação. O grupo, sob coordenação do professor Adib Jatene, visitou cerca de 40 cursos e constatou in loco o que as entidades médicas há tempos denunciam: o despreparo destas instituições para cumprir o que se propõem a fazer.

Faltam professores qualificados e experientes, os equipamentos e instalações são deficientes, inexistem campos de estágio e hospitais onde o estudante possa aprender a ser médico. A distância entre os projetos apresentados e a realidade se mede em anos-luz. Prejuízo para os alunos e risco concreto para a sociedade, afinal, estas escolas – de forma irresponsável – despejam no mercado centenas de jovens sem o devido preparo para fazer diagnósticos e prescrever tratamentos.

Todo este movimento acontece na esteira de uma ação orquestrada pelo Governo Federal, que alega, equivocadamente, que não há médicos suficientes para atender as demandas nacionais. Ledo engano. Até a Organização Mundial da Saúde (OMS), em seus relatórios, informa que este não é um problema para o Brasil, cujos 380 mil médicos ativos têm condições de cuidar da saúde da população. O que os gestores insistem em ignorar é que a falta de médicos, percebida pela população, resulta não da quantidade de profissionais no mercado, mas da ausência de políticas públicas favoráveis à fixação deles no Interior e em áreas menos desenvolvidas para estimulá-los a ingressar na rede pública.

O CFM e os Conselhos Regionais continuam sua luta para mostrar ao Governo e à sociedade a necessidade de evitar esse falso dilema e tomar medidas que atendam – de fato – os reais interesses do cidadão. Esperamos que os argumentos e fatos sejam suficientes para impedir a continuidade dos equívocos constatados até o momento.




A insatisfação com  os planos de saúde


Renato Françoso Filho*
rfrancosof@gmail.com


“No sistema suplementar brasileiro temos usuários insatisfeitos, médicos muito insatisfeitos e donos de planos de saúde muito ricos e, portanto, muito satisfeitos.”

A Associação Paulista de Medicina (APM) apresentou à sociedade o resultado da pesquisa que encomendou ao Instituto Datafolha, para  ser avaliado o grau de satisfação dos usuários em relação aos planos de saúde no Estado de São Paulo. Nenhuma novidade. A pesquisa veio solidificar o conceito que já tínhamos e referendar os nossos argumentos.

No sistema suplementar brasileiro temos usuários insatisfeitos, médicos muito insatisfeitos e donos de planos de saúde muito ricos e, portanto, muito satisfeitos.
Oito em cada dez entrevistados, ou 7,7 milhões de usuários, tiveram problema em algum serviço nos últimos dois anos, com média de 4,2 casos por pessoa.

A demora atingiu 53% daqueles que buscaram consultas, 51% nos prontos-socorros, 25% nos agendamentos de exames, 16% nas autorizações de internação e 11% nas marcações de cirurgias. O sofrimento é tanto que 15% recorreram ao SUS e 9% ao atendimento particular. Mais ainda: 100 mil entraram com ações judiciais contra as operadoras  de saúde e 14% conhecem alguém que tomou esta mesma atitude desesperada.

Neste universo de 47 milhões de usuários do sistema suplementar, vemos a concentração de empresas e o surgimento de oligopólios, subordinando a população e os prestadores aos seus interesses. Com o poder de mercado concentrado nas mãos de poucos, a população se submete aos valores que lhe são impostos. Por outro lado, os médicos são subjugados à vontade do “patrão”, que paga o que quer, como quer, pelo que quer e nas condições que desejar. Haja vista que, nos últimos 10 anos, os aumentos autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) foram mais de 150% e os nossos honorários, reajustados em pouco mais de 60%. É inacreditável que ainda hoje nós estejamos reivindicando receber um mínimo de R$ 80 por consulta e não conseguimos chegar nem em R$ 50, em grande parte dos convênios. Isto para não falarmos dos valores pagos pelos  procedimentos, por vergonha de revelarmos a que ponto chegamos de subserviência na exploração do nosso trabalho.

Sem pretender me tornar profeta do apocalipse e arauto da tragédia, o panorama deve piorar à medida que a oferta de médicos só aumenta, com o Ministério da Educação não se cansando de autorizar abertura de mais faculdades de Medicina – recentemente foi a Unip, na capital paulista, e outra em Cáceres, no Mato Grosso do Sul.

Logo, podemos ficar tranquilos. Com muito mais médicos à disposição, formados nas condições que estas novas escolas promovem, com baixo poder de resolução e remunerados por valores cada vez mais baixos, certamente teremos os usuários cada vez mais insatisfeitos.

(*)Desiré Carlos Callegari (titular) e Renato Françoso Filho (suplente) são representantes do Estado de São Paulo no Conselho Federal de Medicina


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