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ENSINO MÉDICO (pgs 8-9-10)
Resultados continuam preocupantes


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CFM (pg.12)
Artigos dos representantes de SP no Federal


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Maior interação com os médicos


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Edição 311 - 01-02/2014

CFM (pg.12)

Artigos dos representantes de SP no Federal


O rolezinho da Saúde

 

Desiré Carlos Callegari*
desire@portalmedico.org.br

 

“Algo parecido com esse movimento acomete o SUS. Ele se materializa na ‘ambulancio­terapia’ e na sobrecarga dos ambulatórios de média e alta complexidades”

 

Os rolezinhos (encontros marcados pela internet) dos jovens pelos shoppings centers foram abordados das mais diferentes formas. A imprensa deu ao tema a dimensão de um fenômeno social e, nas rodas de conversa, simpatizantes e opositores se enfrentaram com furor. Para mim, que nasci no  Ipiranga, na época um bairro operário da capital de São Paulo, os rolezinhos são uma relei­tura – anabolizada pelas redes sociais – dos hábitos da juventude de famílias trabalhadoras.

Para além dos debates sociológicos ou antropológicos que a presença dessa multidão de jovens causa nos corredores dos shoppings, fica a impressão de que os role­zinhos nada mais expressam do que a necessidade de esse grupo ser incluído em espaços da sociedade.

À sua maneira, essa juventude é o retrato do Brasil, que ganha um pouco melhor e que almeja possuir produtos de marca e comer em fast foods. Também testemunha o abandono da periferia pelo Poder Público, que não oferece aos moradores desses locais o cuidado com urbanização, o transporte de qualidade e nem as opções de lazer a que têm direito.

Apesar de pouco divulgado, algo parecido com esse movimento dos rolezinhos acomete o Sistema Único de Saúde (SUS). Ele se materia­liza na “ambulancio­tera­pia” e na sobrecarga dos ambulatórios de média e alta complexidades, que são o termômetro das falhas de gestão que tornam a busca por consultas e exames especiali­zados um périplo longo e doloroso.

Ao contrário dos encontros de juventude, o objetivo não é consumo e diversão, mas o acesso à linha superior de cuidados, um passo além do que já foi conquistado em suas localidades. Nada contra o investimento nas políticas públicas de prevenção e promoção da saúde, muito pelo contrário. Elas são fundamentais para a melhora dos indicadores epidemiológicos e para o bem-estar das comunidades. Mas não é apenas dessa forma que se resolverão os problemas de assistência de milhões de trabalhadores.

Sem a oferta de mais leitos, sem a garantia de exames e tratamentos e com uma política de recursos humanos em Saúde inexis­tente, o Estado – mais uma vez – comprova que não entende o que a população quer. Com isso, os “rolezi­nhos” da Saúde existirão por um bom tempo. Milhões de trabalhadores continuarão a viajar centenas de quilômetros em ambulâncias ou a acordar de madrugada para encontrar um especialista, que não poderá fazer muito por conta das limitações dadas pelos gestores do SUS.

Os Conselhos de Medicina esperam que o incômodo que os rolezinhos deixam no ar não desapareça feito fumaça. Sem a necessidade dos excessos cometidos pela polícia e o preconceito de alguns, o importante é que o Estado lembre que as cidades vão além do centro e dos bairros nobres, e que também há necessidade de estar presente nas periferias, no que se refere ao lazer e à Saúde.
 


 

E que venha 2014!     

 

Renato Françoso Filho*
rfrancosof@gmail.com

 

Neste País de soluções simplistas para problemas complexos, teremos a oportunidade de decidir que caminhos escolheremos para o nosso futuro”

 

Inauguramos 2014. Este será um ano particularmente importante na vida dos brasileiros. Não apenas pela Copa do Mundo que, por certo, irá paralisar o País logo depois do Carnaval e da Semana Santa. Neste tempo, especialmente em maio e junho, a brasilidade será assumida com todas as forças, e o Brasil se vestirá de verde e amarelo. Não importa muito se há ou não emprego — temos o “salário desemprego” pa­ra estas situações emer­genciais. Mais uns meses e teremos eleições gerais: presidente, governadores, senadores, deputados. Se ganharmos a Copa, ninguém vai se preocupar muito com esta história. Se perdermos, é certo que existirão culpados...

Neste País de soluções simplistas para problemas complexos, teremos a oportunidade de decidir que caminhos escolheremos para o nosso futuro. Esta decisão está em nossas mãos. A democracia, gostemos ou não, confere ao povo o poder de escolher quem lhes pode representar e governar. Queremos um Brasil cujos go­ver­nantes propõem que se tornem mais fáceis as provas do Revalida, se o índice de aprovação é baixo? Que se importem médicos estrangeiros aos milhares, se não são dadas condições de levar médicos formados no Brasil para postos de trabalho mais periféricos e de difícil provimento, ao invés de construir uma carreira pública que os motive? Que se estabeleçam cotas para ingresso nas faculdades, para os jovens que não tiveram oportunidades de receber ensino de qualidade, no lugar de investir na escola pública, valorizando os professores e oferecendo métodos pedagógicos mais eficientes? Que se ofereçam toda sorte de bolsas, subvenções e benefícios, e não eduquem o seu povo e criem cursos profissionalizantes? Queremos governantes que se aliem a corruptos, transformando esta prática em padrão de postura aceitável na vida pública nacional, desejando fomentar a cultura do oportunismo e da safadeza moral?

Penso que as pessoas de bem – e, especialmente os médicos, que zelam pela vida das pessoas e que têm sido tão desvalorizados ao longo dos anos – precisam tomar posições políticas firmes e compartilhá-las. Precisamos ser agentes modi­ficadores do comportamento subserviente e complacente. Temos que nos posi­cionar em defesa dos valores da sociedade que queremos.

Haverá ainda, neste ano, eleições para nossas associações e Conselho Federal de Medicina. Também nestas instituições temos de ser dignamente representados por pessoas qualificadas e comprometidas com valores éticos e morais e história de lutas pela classe e pela sociedade. O Brasil precisa mudar para melhor. Especialmente nossa classe precisa de maior reconhecimento e que nosso trabalho seja mais valorizado. Para que isso aconteça, cada um de nós deve assumir sua parcela de responsabilidade perante si mesmo, com seus pares e com a cidadania.

 

 

(*) Desiré Carlos Callegari (titular) e Renato Françoso Filho (suplente) são representantes do Estado de São Paulo no Conselho Federal de Medicina


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