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CAPA

EDITORIAL (pág.2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág.3)
Arnaldo Colombo


PISCINA + SEGURA (pág.4)
Campanha faz alerta sobre riscos de afogamentos


SAÚDE PÚBLICA (pág.5)
Câncer uterino


EXAME DO CREMESP (págs.6 e 7)
Nove escolas médicas de SP alcançam a média


SAÚDE SUPLEMENTAR (págs.8 e 9)
Mobilização da classe médica


MOVIMENTO MÉDICO (pág.10)
Intercambistas cubanos e discriminação salarial


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág.11)
Cremesp debate PL para remissão do ISS


COLUNA DOS CONSELHEIROS DO CFM (pág.12)
Artigos dos representantes de SP no Federal


JOVENS MÉDICOS (pág.13)
Prontuário Médico


SERVIÇO AOS MÉDICOS (pág.14)
Educação continuada


BIOÉTICA (pág.15)
Aborto legal


DOAÇÃO DE ÓRGÃOS (pág 16)
Informações importantes que podem salvar vidas


GALERIA DE FOTOS



Edição 312 - 03/2014

EDITORIAL (pág.2)

João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp


   Má prática ou má formação?

 “O exemplo da Faculdade Gama Filho é emblemático: proprietários irresponsáveis, MEC ausente e milhares de estudantes perdendo alguns anos de suas vidas”


 

O Cremesp recebe entre 3 mil e 4 mil denún­cias por ano. Destas, mais da metade estão relacionadas à má pratica, que na maioria das vezes é con­se­quência da formação inadequada do médico.

Há nove anos, esta Casa realiza um exame ao final do curso de Medicina, sendo nas duas últimas versões, obrigatório para o registro profissional do médico no Estado de São Paulo. Os resultados dessa prova mantêm um perfil semelhante, nestes anos todos, com um índice de reprovação acima de 50%, com pequenas variações. Com a décima versão obrigatória, teremos dados consistentes sobre a formação dos médicos paulistas.

O Estado de São Paulo conta hoje com 38 escolas de Medicina, que colocaram no mercado, em 2014, quase 3 mil médicos. Não resta dúvida de que existem problemas no aparelho formador.

Um grande número de faculdades estão sendo autorizadas a funcionar pelo Ministério da Educação (MEC), a maioria delas privadas, sem condições plenas de ensino, sem campo de estágio definido (hospitais). E o próprio corpo docente? Onde iremos conseguir tantos professores de Medicina? Algumas dessas faculdades são localizadas em municípios pequenos, com dificuldade de fixar médicos, como completar o corpo docente?

Sabemos que o investimento no ensino da Medicina é de alto custo, com laboratórios e equipamentos caríssimos. Tudo isso gera nas faculdades privadas mensalidades altíssimas e, mesmo assim, o resultado não é o desejável. No conflito entre o lucro e o ensino, este sempre perde.

Não existe uma fiscalização eficaz, por parte do MEC, às escolas médicas. O exemplo da Faculdade Ga­ma Filho é emblemático: proprietários irresponsáveis, MEC ausente e milhares de estudantes perdendo alguns anos de suas vidas. Pergunto ainda, qual a qualidade de ensino que essa instituição vinha oferecendo?

A qualidade da formação do médico afeta sobremaneira a atenção à saúde da sociedade. A boa prática depende da boa formação.

O Cremesp, preocupado com essa situação, criou uma Câmara Técnica de Escolas Médicas para discussão da formação do médico. Mais uma ferramenta que se soma ao Exame do Cremesp para contribuir com a boa assistência à Saúde.

 

 


 

Opinião
Médico, um humanista

Marcos Boulos
Conselheiro do Cremesp

“A Medicina é erroneamente classificada como ciência biológica. A Medicina é, de fato, uma ciência humana com bases na Biologia”


Há poucos meses como conselheiro do Cremesp, me deparei com uma situação preocupante: a maioria dos processos ético-profissionais movidos contra os médicos no Estado de São Paulo está relacionada à falta de uma consistente relação médico-paciente. No meu entender, devido ao modelo educacional vigente e por absoluta falta de compreensão do que é ser médico.

O respeito e o saber ouvir devem se sobrepor a questões eminentemente técnicas da Biomedicina. A falta de atenção e a incapacidade de sentir a dor do outro levam o médico sem preparo hu­ma­­nístico adequado a se relacio­nar com o indivíduo que o procurou como um objeto que necessita ser reparado.

A busca de tornar o ensino médico mais reprodu­tível e uniforme fez com que um grupo, liderado por Abraham Flexner, há cem anos, refor­mulasse os currículos médicos. A transmissão de conteúdos cientificamente demonstrados foi afastada do milenar conhecimento da interação entre o médico e o paciente.

A despeito de o próprio conhecimento científico ter se desconectado do exclusivo materialismo, e demonstrado a interação entre mente e corpo, não foi incorporado nos ensinamentos ao estudante de Medicina.

Como professor da Faculdade de Medicina da USP, tenho o hábito de perguntar aos estudantes o motivo por terem resolvido fazer Medicina como opção de vida. A resposta da maioria é que escolheu ser médico pa­ra poder ajudar ao outro.

O que fizemos com parte desses jovens para mudar tanto? E o sonho? Desvaneceu-se nas agruras do cotidiano?

A Medicina é erroneamente classificada como ciência biológica. Se assim o fosse, o estudante receberia seu diploma antes do internato, em que já apreendeu todo o conteúdo biomédico.  A Medicina é, de fato, uma ciência humana com bases na Biologia.

O reconhecimento de que somos seres em eterna evolução e que aprendemos em todas as nossas relações, e de que o ouvir com atenção e falar com consideração são atos para o bem viver e de solidariedade ao próximo, nos levará a sermos melhores indivíduos e muito melhores médicos.

 


 

 

 


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