Exame recebeu 1.136 inscrições

A Avaliação dos Recém-formados em Medicina do Estado de São Paulo, promovida pelo Cremesp, superou as expectativas quanto ao número final de inscritos: 1.136 estudantes do sexto-ano e recém-formados se inscreveram voluntariamente, uma vez que o exame é experimental e opcional.

Do total, 904 são da Capital e 232 da região de Ribeirão Preto, cidades nas quais a avaliação será realizada. Inscritos do sexto ano de Medicina são, ao todo 1.080 e, recém-formados, 56.

A organização da Avaliação está a cargo da Fundação Carlos Chagas, com larga experiência em concursos públicos. A prova constará de duas fases. A primeira – a ser realizada em 9 de outubro – será uma avaliação cognitiva, com 120 questões. Terá perguntas das seguintes áreas: Pediatria, Ortopedia, Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Saúde Pública, Saúde Mental, Bioética e Ciências Básicas.

Aqueles que acertarem 60% das questões passarão à segunda etapa, uma avaliação prática das situações mais comuns do exercício da Medicina.

Debates
Mesmo após o fechamento das inscrições, em 9 de setembro, representantes do Cremesp continuam comparecendo a debates para explicar os objetivos da avaliação. O interesse em discutir o exame extrapola o Estado de São Paulo, como foi o caso dos debates realizados na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais e na Universidade Federal do Espírito Santo, aos quais compareceu o conselheiro Reinaldo Ayer, membro da comissão do Conselho que supervisiona a Avaliação, coordenada pelo conselheiro Bráulio Luna Filho.   

“Estamos bastante otimistas quanto aos possíveis resultados e desdobramentos da avaliação, pois acreditamos que os dados gerados serão fundamentais para a discussão do ensino médico no Estado de São Paulo”, destacou Ayer.
Personalidades da Medicina e do ensino médico têm se manifestado favoravelmente ao exame, como é o caso de Efrem de Aguiar Maranhão, presidente da Federação Brasileira de Academias de Medicina e relator das Diretrizes Curriculares para os cursos de Medicina. Segundo ele, “a grande responsabilidade do profissional médico é, primeiramente, ter uma boa formação inicial e, posteriormente, manter-se atualizado permanentemente. Os Conselhos profissionais deveriam ter não só obrigação de avaliar se o recém-formado encontra-se apto para o exercício da profissão, como também se ele está constantemente atualizado. A iniciativa do Cremesp é extremamente pertinente. O número de inscritos mostra que os próprios estudantes estão reconhecendo a seriedade e a responsabilidade da proposta”.

Instituição  -  Alunos no 6º ano  -  Candidatos  -  %

Centro Universitário Barão de Mauá  -  54  - 36  - 66,67
Centro Universitário Lusíada  -  117  -  61 -  52,14
Fac. de Ciências Médicas da Santa Casa  -  91 -  82  -  90,11
Fac. de Ciências Médicas da Unicamp  -  114  -  90 -  78,95
Fac. de Medicina da Puccamp  -  80 -  71 -  88,75
Fac. de Medicina da USP  - 160  -  103  -  64,38
Fac. de Medicina de Botucatu/Unesp  -   92  -  18  -  19,57
Fac. de Medicina de Catanduva  -  65  -  30  -  46,15
Fac. de Medicina de Jundiaí  -  66  -  34  -  51,52
Fac. de Medicina de Marília  -  80  -  2  -  2,50
Fac. de Medicina de Rib. Preto/USP  -  109  -  105  -  96,33
Fac. de Medicina de São J. do Rio Preto   -  62  -  38  -  61,29
Fac. de Medicina do ABC  -  108  -  88  -  81,48
PUC SP - Fac. de Medicina de Sorocaba  -  95  -  28  -  29,47
Unifesp/Escola Paulista de Medicina  -  115  -  93  -  80,87
Univ. de Ribeirão Preto/Unaerp  -  122  -  23  -  18,85
Universidade Metropolitana de Santos  -  85  -  24  -  28,24
Universidade de Marilia/Unimar  -  134  -  16  -  11,94
Universidade de Mogi das Cruzes  -  60  -  45  -  75,00
Universidade de Taubaté  -  86  -  4  -  4,65
Universidade do Oeste Paulista  -  140  -  13  -  9,29
Universidade São Francisco/USF  -  87  -  76  -  87,36

Total  -  2.197  -  1.136  -  51,70


Crise na saúde

Comissão inicia trabalho sobre Santas Casas

Para propor soluções à crise das Santas Casas, foi criada uma comissão mista formada por representantes do Cremesp e da Fesehf  (Federação e Sindicato das Santas Casas de Misericórdias e Hospitais Filantrópicos  do Estado de São Paulo). Na primeira reunião, realizada em 27 de setembro, o grupo decidiu atuar em duas frentes. Uma delas analisará os aspectos mais amplos do problema – como a crise financeira que atinge a maioria das filantrópicas e o financiamento do SUS. A outra trabalhará problemas específicos, como a intermediação de conflitos entre corpo clínico e provedores, a exemplo do caso da Santa Casa de São José dos Campos (veja matéria abaixo).

Pelo Cremesp integram a Comissão os conselheiros Marli Soares (tesoureira) e Renato Ferreira da Silva, além do advogado Osvaldo Simonelli. Representam a  Fesehf, o provedor da Santa Casa de Dracena, Celso Xavier Santim; o diretor clínico da Fundação Waldemar Barnsley Pessoa, Roberto Reynaldo Mele; e o advogado da Federação, Michel Ibañez.

O presidente do Cremesp, Isac Jorge Filho, o primeiro secretário Henrique Carlos Gonçalves e o conselheiro Renato Françoso Filho participaram da primeira reunião da Comissão Cremesp/Fesehf.


Santa Casa de São José dos Campos

Cremesp interdita cargo de diretor clínico

A Plenária do Cremesp decidiu pela interdição ética do cargo de diretor Clínico da Santa Casa de São José dos Campos. Em 31 de maio, o corpo clínico elegeu uma médica ao cargo, mas a mesa provedora da Santa Casa não reconheceu a eleição e afastou a profissional do cargo de diretora clínica.

A interdição do cargo foi feita com base no artigo 77 do Código de Ética Médica que veda ao médico “assumir emprego, cargo ou função sucedendo a médico demitido ou afastado, em represália à atitude de defesa de movimentos legítimos da categoria ou da aplicação deste Código”.

O Cremesp tem feito gestões para resolver o caso e tomar as medidas judiciais cabíveis de acordo com as resoluções CFM 1481/97 e 1342/91, que tratam da criação do cargo de diretor clínico. O conselheiro Henrique Liberato Salvador reuniu-se com a provedoria da Santa Casa na sede do Cremesp, na Capital, para discutir o problema. Os conselheiros Renato Azevedo, Maria do Patrocínio Tenório Nunes, Rui Tanigawa, Pedro Henrique Silveira e o delegado da região Augusto César Brandão participaram de três reuniões com o corpo clínico da Santa Casa. “O principal propósito dessas reuniões é a conscientização. Deve haver respeito às resoluções do Conselho Federal de Medicina e o corpo clínico tem o direito de eleger um representante por meio do voto”, disse Renato Azevedo.