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Notícias
16-09-2019 |
Ensino médico |
Ética médica e saúde mental do médico e do estudante de Medicina são temas de palestras do Cremesp |
As questões éticas nas relações médico-paciente e entre profissionais e os seus desdobramentos Jurídicos; a saúde mental do estudante e do residente; e o assédio na relação entre professor e aluno de Medicina foram temas de palestras no Curso de Extensão Universitária, coordenado pela Comissão de Ética Médica do Departamento de Ciências Médicas da Universidade Nove de Julho e realizado no dia 12 de setembro. As palestras foram apresentadas pelo presidente do Cremesp, Mário Jorge Tsuchiya, o coordenador da Assessoria de Comunicação, Edoardo Filippo Queiroz Vattimo, e o promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, José Carlos Blat, respectivamente. “A capacidade de se colocar no lugar do outro, entendendo o seu problema, define a atitude empática, um princípio fundamental para melhorar a capacidade de comunicação na relação médico paciente”, pontuou Tsuchiya em sua palestra. “Sem empatia não se constrói uma relação médico paciente de confiança. É necessário ultrapassar as barreiras do preconceito e do medo para tentar lidar com eventuais conflitos de forma empática, visando à melhoria das condições de saúde do paciente”, esclareceu. Saúde mental do médico Ele citou o dossiê sobre psiquiatria da edição 86 da Revista Ser Médico e apresentou dados que apontam o aumento preocupante de casos de suicídio, transtornos mentais e dependência química entre médicos, estudantes e residentes de Medicina, bem como a presença de novos estressores psicossociais e da piora das condições de trabalho e da qualidade de vida em geral. Embora a prevalência de transtornos afetivos seja similar em relação à população geral, a população médica consegue consumar mais o suicídio, dizem os estudos. “É um problema transcultural, que afeta médicos dos mais variados países e culturas”, observou Vattimo. Uma metanálise brasileira com estudantes de Medicina apontou que 30,6% deles apresentam sintomas compatíveis com depressão; 32,9% com transtornos de ansiedade; 49,9% estresse patológico; 51,5%, qualidade do sono ruim, entre outros indicadores preocupantes. Vattimo ressaltou a importância de se identificarem corretamente as causas dos transtornos mentais, muitas vezes atribuídas somente a estressores psicossociais, sem levar em conta a vulnerabilidade biológica e os fatores emocionais no desencadeamento dos sintomas. Em função desse desconhecimento em psiquiatria, há muito estigma e preconceito na sociedade, no que se refere aos transtornos afetivos, em especial o Transtorno Afetivo Bipolar, o que os impede de buscar ajuda. “É preciso investir em psicoeducação, ensinando o aluno a identificar a natureza dos transtornos mentais e auxiliá-lo no manejo do estresse, durante a formação”, afirmou. Para o psiquiatra, cabe à instituição dar esse apoio e motivar o aluno a buscar ajuda para superar as barreiras ao tratamento. Segundo ele, é importante ficar atento aos sintomas. “Mudanças no padrão de comportamento, queda no rendimento, vulnerabilidades psicossociais, casos de assédio moral e alterações no ciclo vigília/sono são exemplos de elementos a serem observados e que podem sugerir se determinado aluno apresenta maior risco”, orienta. Durante a palestra também foram distribuídos aos alunos exemplares do livro Assédio Moral na Formação Médica: Conscientizar para Combater, publicado pelo Cremesp em maio de 2019, que pode ser acessado aqui Desdobramentos jurídicos O CEM está dentro de uma pirâmide da legislação junto a outros ordenamentos jurídicos mais relevantes que devem ser cumpridos, como a Constituição Federal, o Código Penal, o Código Civil e a legislação específica na área médica. Segundo Blat, é importante que todos esses dispositivos estejam nivelados em grau de importância durante o exercício profissional. “No Brasil, as três esferas funcionam de maneira independente, e o médico pode absolvido em uma e punido em outra”, diz. |