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    17-12-2019

    Roda de Conversa

    Encontro em Araçatuba debateu atraso na remuneração e condições de trabalho médico das Santas Casas da região

    Diretores clínicos e técnicos de Araçatuba e região se reuniram com o presidente do Cremesp, Mario Jorge Tsuchiya, em mais uma edição do ciclo Roda da Conversa, realizado no dia 14 de dezembro, na Santa Casa Sagrado Coração de Jesus do município. O encontro também contou com a presença da conselheira Regina Maria Marquezini Chammes, responsável pela regional, e do delegado superintendente, Fábio Castilho Navarro.

    “O Cremesp existe para zelar pela segurança e benefício do paciente e da sociedade, sendo o guardião da boa prática médica”, observou Tsuchiya, ao esclarecer aos presentes que a atual gestão está atuando para tentar modificar a visão, muitas vezes equivocada, que a sociedade e os próprios médicos têm a respeito do Conselho. “A hora é de mudança de postura, por isso estas conversas com os médicos pedindo apoio no trabalho de orientação e prevenção de ocorrências de infrações éticas que pretendemos implantar”, ressaltou.

    Além do papel judicante, cartorial, fiscalizador e político na defesa da Medicina, o presidente destacou que a atual gestão pretende deixar um marco na história do Conselho, introduzindo um papel pedagógico para a prevenção de infrações éticas, de modo a minimizar a abertura de sindicâncias e processos. “Não adianta dar aulas de julgamentos, é preciso evitar que o médico chegue a enfrentar essa situação, atuando na prevenção das ocorrências”, disse.

    Nesse sentido, ele lembrou a importância da criação da Câmara de Juízo de Admissibilidade – criada pela atual gestão do Conselho paulista –, que avalia a consistência e pertinência das denúncias que chegam ao Conselho, reduzindo custos e evitando desgastes desnecessários para os médicos.

    Atraso no pagamento nas Santas Casas

    Alguns dos diretores técnicos e clínicos presentes manifestaram descontentamento quanto ao atraso de até quatro meses no pagamento aos médicos que atuam nas Santas Casas da região, na expectativa de que o Conselho intervenha na situação. “Somos incapazes de, sozinhos, mudarmos a realidade das coisas. Mas, com o  apoio dos  médicos, conseguiremos reunir força para intervir na situação e melhorar as condições de atendimento à saúde, que é uma queixa geral em todos os municípios que visitamos”, destacou.

    Tsuchiya observou, entretanto, que é preciso buscar soluções conjuntas para os problemas apresentados pelos diretores, procurando envolver secretários da saúde, prefeitos e Ministério Público. “O Cremesp pode apoiar iniciativas dessa natureza, mas é preciso uma mudança de atitude e maior participação dos médicos nesse processo.”

    Ele também mencionou a importância de os diretores registrarem por escrito todos os encaminhamentos necessários às queixas ou problemas identificados, no dia a dia do atendimento, e notificar os responsáveis pela administração das instituições de saúde, alertando-os sobre a importância de priorizar as ações mais urgentes. “Muitas vezes, o médico chama para si uma responsabilidade que não é dele, e vai perpetuando vícios e erros”, alertou.

    O presidente comentou ainda sobre as responsabilidades que cabem aos diretores técnicos, analisando a viabilidade de interdição cautelar do serviço médico, em situações de graves dificuldades, como instrumento de intervenção, muitas vezes desconhecido por eles. “Mas é preciso planejamento e um diagnóstico preciso da situação, por escrito, explicando o por quê do fechamento e sua duração, os objetivos e as ações que serão encaminhadas.

    Também foram abordadas questões sobre telemedicina e suas consequências para a atuação do médico, judicialização da saúde e publicidade médica. Além de Araçatuba, marcaram presença médicos de Valparaíso, Penápolis, Auriflama, Guararapes, Birigui e Buritama.

    Dentro do programa, Tsuchiya já visitou Araraquara, Presidente Prudente, Campinas, Ribeirão Preto, Botucatu, São José dos Campos e Santos e Itapira. Ainda em dezembro, estão previstos encontros em São José do Rio Preto e na Capital.

    Foto: Oficina de Photos
     


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