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Cartas e notas


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Entrevista


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Crônica


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Dossiê Acupuntura: uma breve história


PÁGINA 18
Dossiê acupuntura relato de caso


PÁGINAS 19,20,21,22,23
Dossiê acupuntura: panorama


PÁGINAS 24, 25, 26 E 27
Dossiê acupuntura em foco


PÁGINAS 28 E 29
Dossie Acupuntura: Vanguarda


PÁGINAS 30 E 31
Tecnologia


PÁGINAS 32 E 33
Medicina no mundo


Páginas 34 e 35
Opinião


páginas 36,37 e 38
Hobby


PÁGINAS 39,40,41 E 42
Gourmet


PÁGINAS 43,44,45 E 46
Agenda Cultural


PÁGINA 47
Resenha


PÁGINA 48
Fotopoesia


GALERIA DE FOTOS


Edição 88 - Julho/Agosto/Setembro de 2019

páginas 36,37 e 38

Hobby

Notas de liberdade

Músico, compositor, arranjador, psiquiatra e psicanalista. É assim que Eduardo Leal
se define. A pluralidade o acompanha desde que iniciou, aos 11 anos, estudos de
violão e guitarra em São José dos Campos, sua cidade natal e, mais tarde, quando,
aos 17, deixou suas raízes e mergulhou no universo da Medicina ao ingressar na Universidade de São Paulo (USP). "A música antecedeu a escolha da profissão, mas posso dizer que para mim, atualmente, ela possui o mesmo peso que a Psiquiatria", afirma.

O médico conta que seu primeiro contato com o meio musical foi em forma de hobby,
com o exemplo de seu pai, habilidoso pianista amador, e sua avó, dedicada cantora de coral. Entretanto, o mundo das notas e das melodias foi consolidando-se como algo muito além de um entretenimento – uma necessidade. "Compor tem força central para mim. Hobby você faz se der tempo, tem um envolvimento pequeno. É o contrário do que faço", comenta.

Antes de mudar-se para São Paulo, Edu Leal, como é conhecido no ramo artístico, assemelhava-se à boa parte dos jovens da década de 80, reproduzindo obras voltadas ao rock e ao heavy metal. Integrou diversas bandas em São José dos Campos, incluindo a Gestalt, que, posteriormente, gravou um CD com músicas autorais, e participou como finalista do V Projeto Nascente, realizado pela USP, em parceria com a Editora Abril, em 1995.

Ao ingressar na universidade, em 1992, enveredou pelo caminho do rock progressivo e do jazz. Em contrapartida, enfrentou grandes dificuldades para se habituar à vida na capital paulista, o que, de certa forma, acabou influindo na escolha da especialização de sua profissão. "Quando saí do Interior tive uma grave crise emocional. Porém, não posso negar que ela me ajudou a me apaixonar pela Psiquiatria, justamente pelo fato de ser uma especialidade que faz com que você se entenda melhor e entenda o outro", explica.

A faculdade fomentou sua paixão pela música. A república estudantil em que Edu Leal residia, na época, contava com estudantes dos cursos de Medicina e de Matemática, que nutriam o mesmo amor pelo universo musical. O local foi tão significativo na trajetória do médico que, mais tarde, tornou-se inspiração para uma composição, denominada "República dos salames".

As atividades voltadas ao âmbito musical, promovidas pela universidade, atuaram como ponto-chave para Edu, permitindo que ele não só apresentasse seu trabalho aos demais, como também vivenciasse sua paixão em consonância com o meio acadêmico. Além do V Projeto Nascente, participou do 2° FestMed, no qual foi premiado com o 2° lugar, e da Semana de Artes, também organizada pela USP. Assim, foi obtendo o reconhecimento pelo seu trabalho e percebendo que conciliar a Medicina e a música não era algo impossível.

A MÚSICA TAMBÉM COMO PROFISSÃO

O médico conta que em seu primeiro ano de Residência, no Hospital do Servidor Público Estadual, desenvolveu um projeto de composição com outros dois amigos e, paralelamente, atuou na banda "Genesis Live", dedicada a reproduzir a fase progressista da banda "Genesis". Com ela, teve oportunidade de tocar em diversas casas consagradas da noite paulistana."Eu tocava muito menos do que, de fato, almejava, principalmente no início da faculdade. Minha principal dificuldade era conciliar tudo isso, mas sempre me esforcei", conta.

Figuras renomadas como o músico e zoólogo Paulo Vanzolini, o violinista carioca e dentista Guinga, e o compositor e psiquiatra Aldir Blanc, serviram – e ainda servem – como inspirações que auxiliam Leal a permanecer no ramo musical. Afinal, se eles conseguem aliar a música à profissão, por que ele não conseguiria?

Após iniciar seu trabalho de composição solo, em 1999, com arranjos de Fernando Cardoso Pereira – pianista, cravista e compositor, com formação erudita –, Edu mergulhou no universo dos concursos e festivais brasileiros. Os feedbacks positivos reiteraram seu talento e, em 2011, finalmente teve seu sonho materializado, ao lançar seu primeiro disco autoral, Vida Nova, que obteve patrocínio da Prefeitura Municipal de São Paulo e contou com a participação de grandes nomes da música nacional, como Leila Pinheiro, Filó Machado e Adriana Godoy, entre outros.

A escolha do nome do álbum não foi por acaso. "Além de ser uma música que compus, Vida Nova, na verdade, foi o reconhecimento que tive de que a música não devia ser apenas um hobby para mim", comenta. O projeto também marcou o início da atuação de Edu como produtor musical e arranjador de instrumentos de sopro, cordas e baixo.

LIVRE

Em 2016, o médico e músico aderiu a uma nova banda, denominada "A Conjuntura", e, um ano depois, lançou o disco Livre – integralmente escrito e arranjado por ele –, que
contou com o apoio da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e a participação de 21 músicos, responsáveis por ecléticas formações instrumentais, como quinteto de
cordas, quarteto de metais, corne inglês e oboé, entre outros.

Apesar de gostar muito de canções, Edu conta que, cada vez mais, está migrando para o âmbito puramente instrumental. A forte presença da subjetividade o encanta e interliga-se diretamente com a Psiquiatria. "A música para mim é como um devaneio, um sonho acordado. Ela tem questões que vão além da palavra. A música abarca a música", explica.


Eduardo Leal e seu disco: "a música pode salvar vidas, assim como a Medicina"

O psiquiatra conta que se considera meio "maestro", já que seu papel é orquestrar notas e melodias, e orgulha-se de poder afirmar que, atualmente, também é maestro de si. Após dez anos trabalhando no Hospital do Mandaqui, pediu demissão para atuar exclusivamente em seu consultório e dedicar-se assiduamente à música. A liberdade e autonomia que tanto almejava, finalmente se concretizou.

Para o futuro, conta que já possui elementos para o próximo disco, que promete ser um compilado de músicas instrumentais com "caráter mais agressivo do que os anteriores". Pretende também continuar atuando como profissional liberal e tendo uma relação
harmoniosa com suas duas profissões. "A Psiquiatria me inspira também. Em meu primeiro disco, tem uma música chamada Lógica absurda da tristeza, com referências aos sintomas depressivos. Bebo um pouco da água do sofrimento humano", confessa.

Edu Leal, que sempre buscou a sensação visceral de sentir-se livre, hoje afirma que a encontrou na convergência de seus dois amores. "Têm algumas emoções e formas do 'sofrer' que são muito difíceis de colocar em palavras, então a música é um veículo de
expressão. Ela pode salvar vidas, assim como a Medicina. Essa é a minha paixão", finaliza.

Colaborou: Júlia Remer

Acesse a versão digital da Ser Médico na íntegra.


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