Inferno

Dan Brown, autor de suspense mais lido na atualidade, nos dá uma obra-prima no gênero: Inferno, traduzido para o português, em 2013, pela Editora Arqueiro Ltda. O autor é casado com a pintora e historiadora de arte, Blythe Brown, excelente colaboradora, que se destaca nas pesquisas para os livros do escritor.

Suspense eletrizante do prólogo ao epílogo, o livro envolve e prende a atenção do leitor, absorvido pelos relatos e pela descrição detalhada de referências históricas reais e de prédios centenários repletos de obras de arte. O leitor é levado a participar profundamente da história, tornando-se um personagem real ao se colocar no papel de torcedor, confundindo-se algumas vezes e sendo levado a fazer julgamentos condenatórios a personagens que, no final, irá descobrir serem peças importantes para o objetivo de todo o enredo e resultado final da obra.

Encontra também fatos “científicos” sobre os quais pode refletir, como a superpopulação mundial, vista por um aspecto que, talvez, não tivesse observado anteriormente. O suspense, aliás, parte desse fato. Séculos atrás, a Europa estava mergulhada em sua própria agonia – a população amontoada, faminta, chafurdando em pecado e desesperança. Era a superpopulação desenfreada esperando que algo acontecesse – aquela fagulha que, finalmente, acenderia a chama que iria assolar a terra, desbastar a vegetação excedente e podre para devolver a luz do sol às raízes saudáveis. A renovação.

O autor usa em suas principais obras um personagem constante, o professor de Simbologia Robert Langdon. Culto, o personagem vai enriquecendo o leitor, por meio da leitura agradável de seus livros como O Código da Vinci, Anjos e Demônios e O Símbolo Perdido. Em Inferno ele também encanta com seu poder descritivo dos detalhes e de conhecimentos, usando fatos reais como “uma organização secreta com escritórios em sete países”, cujo nome fictício é “O consórcio”. Todas as referências históricas de obras de arte, literatura e ciências citadas também são reais.

Seus livros são obras de profunda pesquisa das regiões de Florença e Veneza, pelas quais o leitor pode passear com um importante guia e conhecedor, Dan Brown.  Como, por exemplo, no pequeno trecho: “(...)  o sol fraco da tarde se punha sobre a Piazza del Duomo, refletindo-se no mármore branco do campanário de Giotto e cobrindo com longas sombras a magnífica catedral florentina de Santa Maria del Fiore” (pág. 439).

É hora de descerrar as cortinas e convidá-los para uma leitura de conhecimento e prazer.
 

*Médico cirurgião vascular e conselheiro do Cremesp